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Águas que curam

Com relação à fluidificação da água, em O Livro dos Médiuns, capítulo VIII, encontramos o seguinte: "Esta teoria nos fornece a solução de um fato bem conhecido em magnetismo, mas inexplicado até hoje: o da mudança das propriedades da água, por obra da vontade. O Espírito atuante é o do magnetizador, quase sempre assistido por outro Espírito.

Ele opera uma transmutação por meio do fluido magnético que, como atrás dissemos, é a substância que mais se aproxima da matéria cósmica, ou elemento universal.

Ora, desde que ele pode operar uma modificação nas propriedades da água, pode também produzir um fenômeno análogo com os fluidos do organismo, donde o efeito curativo da ação magnética, convenientemente dirigida.

Sabe-se que papel capital desempenha a vontade em todos os fenômenos do magnetismo. Porém, como se há de explicar a ação material de tão sutil agente? A vontade não é um ser, uma substância qualquer; não é, sequer, uma propriedade da matéria mais etérea que exista.

A vontade é atributo essencial do Espírito, isto é, do ser pensante. Com o auxílio dessa alavanca, ele atua sobre a matéria elementar e, por uma ação consecutiva, reage sobre seus compostos, cujas propriedades íntimas vêm assim a ficar transformadas."

Durante oito anos, o pesquisador japonês Masaru Emoto (veja matéria nesse blog) e sua equipe cristalizaram e fotografaram moléculas de água das mais variadas partes do mundo.

As amostras foram retiradas de rios, lagos, chuva, neve e submetidas às vibrações de pensamentos, sentimentos, palavras, idéias e músicas. Foi possível registrar em imagens a reação das moléculas de água a esses estímulos – tanto os positivos quanto os negativos.

Pôde-se observar desde desenhos maravilhosos, esculpidos como se fossem jóias na estrutura molecular da água, até a não formação dos desenhos geométricos quando os estímulos eram negativos. A imagem revelou-se disforme.

A cura por meio da escolha dos pensamentos e da forma como colocamos esses pensamentos em ação está agora bem mais próxima.

A possibilidade de alterar o arranjo molecular da água através da vontade, idéia que Kardec não conseguiu explicar porque a Ciência não estava avançada o suficiente, hoje já está provada.

Por meio do pensamento, da vontade e da intervenção dos espíritos é possível alterar o comportamento da água, bem como o comportamento das células do corpo. A água é uma molécula polar composta e é absorvida no nosso organismo pelo intestino. Por isso, e aproveitando-se de algumas de suas propriedades (tensão superficial, condutividade elétrica e susceptibilidade magnética), é usada como agente do tratamento de fluidoterapia.

No momento da oração feita para magnetizar a água, sabemos que há a união do magnetismo "animalizado" do encarnado mais o magnetismo espiritual produzido e aplicado pelos bons espíritos para que o resultado seja obtido. Uma vez magnetizada e ingerida, a água pode provocar os seguintes efeitos:

1 - Inibição da formação de radicais livres, ou seja, diminuição dos processos oxidativos celulares, diminuição da taxa de produção de gás carbônico, aceleração dos processos de fagocitose, incremento na produção de linfócitos (células de defesa).

2 - Observa-se, na membrana celular, uma maior mobilidade de íons de Sódio e Potássio, melhorando o processo de osmose celular, tendo um efeito rejuvenescedor no organismo. Há uma distribuição no mecanismo de transporte de vários tipos de cátions, como é o caso do cálcio.

3 - Efeitos sobre os hormônios receptores, ativação dos linfócitos por antígenos e várias lecitinas. O processo de polarização magnética induzida (imantação) da água no organismo produz a captura e precipitação do cálcio em excesso no meio celular.

4 - Reposição da energia espiritual, renovando a estrutura perispiritual.

Como vimos, a terapêutica com o passe e a água magnetizada traz muitos benefícios ao organismo, apesar de não poder parar ou regredir as doenças geradas por resgates, doenças crônicas e degenerativas, porém, tem se mostrado eficiente para doenças psicossomáticas.

A Ciência vem contribuindo cada vez mais para que entendamos o porquê da funcionalidade da água magnetizada em nosso organismo, como vimos acima, o estudo do pesquisador japonês sobre a influência de nossos pensamentos na água e os estudos bioquímicos da água magnetizada para diversos fins.

É preciso ter lido o evangelho antes de beber a água para que ela tenha efeito?

Fernanda Lima – Se a água tiver sido magnetizada no centro espírita, a oração e a leitura do evangelho contribuirão com o resultado final; potencializarão o efeito da água magnetizada (ou fluidificada,tanto faz). Agora, se a água ainda estiver por magnetizar, será necessário, sim, a leitura do evangelho, e na oração, deve-se pedir para que os bons espíritos possam intervir nessa água, fluificando-a, para que aí sim, ela possa ser ingerida

A água magnetizada, indistintamente, atenderá a necessidades diferentes, já que variadas serão as energias a serem repostas?

Sim, a água magnetizada é um recurso de que dispomos e que nos serve para diversos fins. Afinal, quando o nosso corpo não está bem ou nós não estamos bem, são vários os sintomas e tormentos, mas o estado espiritual e psicológico é semelhante.

Tanto o passe, quanto a água magnetizada atuam em nosso organismo e também no nosso perispírito, e automaticamente as energias são repostas. Mobilizando nossa vontade, podemos, também, canalizar essas energias que estão chegando, ajudando no processo de cura. A oração potencializa os efeitos da água magnetizada.

Mas, os amigos espirituais não podem magnetizar a água independente da leitura do evangelho (ou de outro livro espiritualista elevado)?

Quando bons espíritos estão conosco, eles sabem das nossas necessidades e no intuito de ajudar, podem sim. Mas como saber que bons espíritos estão conosco?

Então, a leitura do evangelho prepara o ambiente para que esses irmãos possam estar mais perto de nós. Mas pode ser qualquer leitura edificante que eleve as vibrações humanas, ou pode ser uma música, também. Em geral, qualquer elemento que possibilite a harmonização, concentração e canalização do nosso magnetismo, que se unirá ao magnetismo espiritual trazido pelos bons espíritos para que a água seja magnetizada.

Assim como o passe pode influenciar na água, estímulos sonoros também influenciam?

A experiência do pesquisador japonês dr. Emoto mostra que a música também modifica a forma com que as moléculas de água se arranjam. Isto por causa da vibração (física) que a música provoca mais o valor moral agregado a essa música causam esse efeito.

Por que alguns centros espíritas usam somente garrafas de vidro, outros utilizam de plástico... existe algum propósito nisso? É preciso tirar a tampa da garrafa para que ela seja magnetizada?

Na verdade quem escolhe o material da garrafa é a pessoa que leva a garrafa. Pelo menos assim eu vejo.

Não e interessante o dirigente da casa espírita estipular somente um tipo de material de garrafa. Isso não está escrito em nenhum lugar da codificação. O participante deve levar a garrafa que ele ache mais adequado para guardar a água que será magnetizada.

Quanto a tirar a tampa ou não, vemos que é indiferente. Ora, se nosso pensamento se propaga ao infinito e os bloqueios materiais não são entraves aos espíritos, pode-se magnetizar a água com ou sem tampa, sem nenhum constrangimento.

Há pessoas botam um copo de água na casa para captar todas as energias negativas. Esse método também funciona?

A água que está no copo terá seu arranjo molecular modificado pelas vibrações do ambiente, sem que isso signifique que a água irá absorver ou filtrar as vibrações. Elas permanecerão lá, somente impressionarão a água. Para se mudar a vibração de um ambiente, precisamos mudar o nosso hálito mental, o que nos exige bastante esforço, devido nossa indisciplina mental.

Para encerrar, deixe-nos uma mensagem.

Gostaria de deixar essa mensagem: nossos pensamentos influenciam na psicosfera regional, e por isso, nossa evolução moral refletirá na evolução de toda a sociedade.

Precisamos cuidar melhor de nossos mananciais de água, pela necessidade de seu uso, como também, por essas propriedades maravilhosas que estamos pouco a pouco descobrindo. Que possamos sempre usar a água magnetizada em nossos tratamentos espirituais, psicoterapêuticos e físicos, entendendo que nem sempre teremos o resultado esperado, devido ao nosso merecimento, mas é claro que a melhora sempre vem, aliviando nossas dores.

E que possamos passar esse conhecimento adiante para que mais pessoas sejam beneficiadas.

 

Este artigo foi publicado na Revista Cristã de Espiritismo, edição 37

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Magnetismo, Homeopatia e Espiritismo


Todo grande pensamento ou idéia religiosa não surge de repente, mas há que se haver uma preparação do solo para que a semente seja lançada e frutifique. Assim ocorreu com o Espiritismo cujo Codificador, Allan Kardec estudou por 35 anos o Magnetismo Animal, ou Mesmerismo, antes de se dedicar à Doutrina Espírita.

Homeopatia, criação inspirada de Samuel Hahnemann, e o Magnetismo, proporcionaram o enraizamento de idéias que preparavam as almas européias sensíveis a pensarem o Ser Humano como um ser bio-psico-social dotado de uma alma, componente de uma centelha que sustenta a vida. Não mais a influência de uma medicina medieval, materialista, mecanicista, mas uma ciência médica voltada para enxergar homem e o princípio vital contido em seu espírito.

 

Magnetismo Homeopatia, portanto, se tornaram forças equilibrantes e opostas, na Europa e no Brasil, às idéias materialistas que permeavam o mundo pós-Inquisição. As doutrinas de Auguste Comte e Spencer seduziam milhares de criaturas se opondo intransigentemente ao sobrenatural, reforçando o “espírito positivo” e rejeitando qualquer cogitação das primeiras causas.

Ao tempo de Hahneman, a medicina oficial era um conjunto anacrônico de princípios, teorias e práticas empíricas, eminentemente drenadoras. Sua base eram as “sangrias”, os purgantes, os vomitórios e outros recursos criados sem um estudo metódico e científico.

 

Homeopatia trouxe uma farmacodinâmica própria, considerando não só os limites materiais do indivíduo, mas penetrando no conhecimento da intimidade discreta e sutil de seu corpo bioplasmático.

Escreveu Mesmer em 1799:

As primeiras curas obtidas de algumas doenças consideradas incuráveis pela Medicina, suscitaram inveja e produziram mesmo ingratidão, que se somaram para ampliar as prevenções contra meu método de cura. Muitos sábios uniram-se para fazer cair senão no esquecimento, pelo menos no desprezo, as aberturas que realizei neste campo: divulgou-se por toda parte como impostura. Mas que, longe de me desencorajar, redobraram meus esforços para o triunfo das verdades que acho essenciais à felicidade dos homens.”

Enquanto os Médicos de sua época exerciam a medicina heróica, tradicional, desde Galeno no século II, por sua vez, Mesmer foi formado pela Universidade de Viena, então reformada por Van Swieden, na escola clínica de Boerhaave (conhecido como professor da Europa ou Hipócrates holandês).

Mesmer cursou as faculdades de teologia, filosofia, medicina, e em parte, de direito. Seu terceiro doutorado, foi em Medicina, pela Universidade de Viena, reformulada por Van-Swieten, discípulo de Boerhaave, o criador da clínica moderna, que propôs uma retomada dos princípios da medicina científica e vitalista, fruto da observação junto aos pacientes e do uso da razão, recuperando os princípios do pai da medicina, o grego Hipócrates (vis medicatrix naturae). Incluía o estudo de ciências naturais, física, química e as então recentes descobertas fisiológicas.

Para Boerhaave, uma vis vitae, ou força vital, era responsável pela manutenção da saúde orgânica, como para todos os vitalistas científicos, que estavam se contrapondo ao materialismo mecanicista da medicina oficial, a prática médica heróica milenar.

Muitas mentiras e difamações sofreu Mesmer e até mesmo uma das obras tidas como principais de sua bibliografia, AFORISMOS DE MESMER foi desautorizada por ele, tendo sido compilada por seus alunos de um curso dado por ele.

Sua obra principal foi “Mémoires de F. A. Mesmer, docteur em médicine, sur ses découvertes.” Paris, 1799. (“Memórias de F. A. Mesmer, Doutor em Medicina, Sobre Suas Descobertas”). Esta obra contém o modelo teórico da terapia do Magnetismo Animal, sonambulismo provocado e lucidez sonambúlica, diferentes tons de movimentos (vibrações) do Fluido Universal: luz, eletricidade, magnetismo mineral, gravidade, magnetismo animal e todas as coisas.

A terapia do Magnetismo animal acelera o ciclo das doenças, antecipando a crise (crisis hipocrática) e restabelecendo o estado de equilíbrio, ou saúde.

Esclarece Mesmer em sua obra principal, ainda hoje desconhecida da geração atual:

É o empirismo ou a aplicação às cegas dos meus procedimentos, que deram lugar às prevenções e às críticas indiscretas que se fizeram contra esse novo método. Estes procedimentos se não forem razoáveis, se assemelharão a afetações tão absurdas quanto ridículas, às quais será impossível atribuir fé.

Sexto sentido, instinto, sonambulismo provocado.

  1. Como o homem adormecido pode julgar e prevenir suas moléstias, e mesmo as dos outros?
  2. Como, sem qualquer instrução, pode indicar os meios mais adequados à cura?
  3. Como pode ver objetos afastados, e pressentir os acontecimentos?
  4. Como o homem pode receber impressões de uma outra vontade que não a sua ?
  5. Por que o homem não é sempre dotado dessas faculdades?
  6. Como são passíveis de aperfeiçoamento?
  7. Por que este estado é mais freqüente, e parece ser mais perfeito após o emprego do processo do Magnetismo Animal?
  8. Quais têm sido os efeitos da ignorância destes fenômenos e quais são eles ainda hoje?
  9. Quais são os inconvenientes resultantes do abuso que deles se faz?

 

Declarou Kardec na Revista Espírita de 1868:

 

O Magnetismo, a Homeopatia, e o Espiritismo.

A cura só é completa após a destruição das causas. Eis porque os tratamentos terapêuticos muitas vezes necessitam ser completados por tratamento fluídico e reciprocamente. Eis, também, porque as curas instantâneas, que ocorrem nos casos em que a predominância fluídica é, por assim dizer, exclusiva, jamais poderão tornar-se um meio curativo universal. Não são, conseqüentemente, chamadas a suplantar nem a medicina, nem a homeopatia, nem o magnetismo comum.

Hahnemann, por sua vez, escreveu no ORGANON, a “bíblia” da Homeopatia:

Organon, Parágrafo 288:

Neste ponto acho ainda necessário fazer menção ao chamado Magnetismo Animal, ou melhor, ao Mesmerismo (como deveria ser chamado, graças a Mesmer, seu fundador), que difere da natureza de todos os outros medicamentos. Essa força curativa, muitas vezes tolamente negada e difamada ao longo de um século inteiro, esse maravilhoso e inestimável presente com que Deus agraciou o Homem, mediante o qual, através da poderosa vontade de uma pessoa bem intencionada sobre um doente, por contato, ou mesmo sem ele, e mesmo a uma certa distância, a força vital do mesmerizador sadio, dotado com essa força, aflui dinamicamente para um outro indivíduo (...)

Já no Plano Espiritual, viria declarar mais tarde, Hahnemann:

O Espiritismo será um poderoso auxiliar da Medicina. Graças a ele, ela abandonará a tradição materialista que, há muito tempo, retardou o seu vôo.

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Sensibilidade Magnética

 

Há doentes sobre os quais se atua em dois ou três minutos; em outros é necessário muitos dias e em alguns muitos meses. (Koreff, Deleuze)
Há doentes nos quais os efeitos vão sempre aumentando; outros que sentem desde o primeiro dia tudo quanto experimentaram no decurso de um longo tratamento; outros, finalmente, que, depois de manifestarem sintomas notáveis, cessam de manifestar de repente a menor impressão. (Mesmer, Deleuze, Aubin Gauthier)
A magnetização produz efeitos puramente físicos; o doente cuja mão seguramos na posição da relação por contacto experimenta geralmente os efeitos seguintes: humidade na palma das mãos, titilações nos dedos, formigamentos; a sensação encaminha-se às vezes aos braços, aos ombros até a cabeça, ou vai atacar o epigástrio, e há então irradiação por todo o corpo, que determina leves calafrios, bocejos, aos quais sucede a dormência dos membros e do cérebro. Em uns, o pulso diminui, o rosto empalidece, as pálpebras oscilam e fecham-se, os queixos e os membros se contraem, há sensação de frio; em outros, o pulso se acelera, sobem ao rosto fugachos que o avermelham, o olhar aviva-se, há transpiração, acessos de riso ou pranto.
Quando estes efeitos parecem querer acentuar-se, podemos, se se tem em vista obter-se o sono magnético, prolongar a acção que os determina; mas se não quisermos o sono (o que deve ser o caso mais habitual, por isso que ele não é necessário ao tratamento) apressemo-nos em romper a relação abandonando as mãos do sonâmbulo e fazendo-lhe alguns passes à distância.
Acontece frequentemente que o magnetismo restabelece a harmonia das funções de que acabamos de falar, isto é: tendência à transpiração, sensação de frio ou de calor, espasmos, movimentos musculares, contracções, dormência, displicência, formigamentos, bocejos etc.; e só o percebemos ao efeito produzido pela melhora da saúde.
O magnetismo nem sempre se manifesta, pois, por efeitos que anunciam a sua acção; e procederia mal quem desanimasse muito depressa, ou declarasse que o magnetismo é impotente só porque ao cabo de oito ou quinze dias, algumas vezes dois meses ou mais, não tivesse produzido nenhum efeito aparente. (Deleuze, Koreff, Aubin Gauthier)
As pessoas que parecem mais rapidamente sensíveis à ação magnética são as que levam uma vida simples e frugal, que não são agitadas pelas paixões, que não abusaram dos narcóticos e dos minerais, e que não fazem uso imoderado dos perfumes de toucador. Os hábitos da alta sociedade, a vida agitada da política e dos negócios, as preocupações morais, o abuso dos anestésicos e dos narcóticos, os excessos da mesa e das bebidas alcoólicas ou fermentadas, diminuem cada vez mais a receptividade magnética; é por isso que os campónios que vivem com toda a simplicidade e ao ar livre, sem terem habitualmente recorrido às excitações artificiais dos prazeres da cidade e da terapêutica moderna, têm mais probabilidade de sentir com maior facilidade e rapidez que os outros os efeitos da acção magnética, no entanto que os alcoólatras e os morfinomaníacos são quase insensíveis. Nas crianças em quem o movimento natural não é ainda contrariado pelos maus hábitos de uma vida mal regulada, a acção magnética é mais notável, mais pronta e salutar que entre as pessoas adultas; e o mesmo se dá com os animais. As crianças e os animais são geralmente muito sensíveis ao magnetismo, e obtém-se sobre eles curas muito rápidas.
É preconceito acreditar-se que as pessoas de compleição delicada ou enfraquecidas pelas moléstias crónicas são mais sensíveis que as outras; geralmente, não são os indivíduos edemaciados ou de temperamento nervoso que dão mais depressa indícios de sensibilidade magnética; pelo contrário, são antes as naturezas enérgicas e vivazes que melhor correspondem aos movimentos de reacção que se procura produzir pela magnetização.
Há igualmente uma opinião segundo a qual a sensibilidade magnética e, consecutivamente, o efeito curador dependem sobretudo de certas analogias de relação entre o magnetizador e o paciente; é evidente que se deve levar em conta influências que resultam dos caracteres, dos temperamentos e dos meios: os climas, as estações, o regime, os hábitos, a idiossincrasia têm efeitos incontestáveis num tratamento, e é muito admissível que certas pessoas sejam mais aptas que outras para produzirem certos efeitos e curarem determinadas moléstias. Não é duvidoso que os corpos são mais ou menos condutores das correntes, e por conseguinte, mais ou menos radiantes; que as trocas magnéticas entre os corpos variam portanto até ao infinito, mas isto é uma questão de mais ou menos em que não devemos deter-nos por muito tempo.
Em tese, todos os doentes são sensíveis à acção magnética, e o são mais ou menos rapidamente; quando não se é bem sucedido, provém isto de mais uma falta de perseverança no tratamento ou da gravidade da desordem produzida no organismo por uma moléstia antiga, do que de qualquer outra coisa.
Na maior parte dos indivíduos nervosos e nas moléstias que mais especialmente afectam o sistema nervoso, onde a prostração e a anemia alternam com uma grande superexcitabilidade, o magnetismo atua na maioria dos casos, sem produzir efeitos aparentes; e se, às vezes, com o correr do tempo, o magnetismo consegue triunfar dessas perturbações profundas da enervação, acontece frequentemente que se obtém a produção de fenómenos singulares que não são sempre seguidos dos resultados curativos que dele se espera. Em suma, seria erro acreditar-se que as afecções nervosas caem, mais especialmente que as demais moléstias, sob a competência do magnetismo; a ideia falsa que se fez e ainda se faz do papel fisiológico do magnetismo e de seus efeitos curadores contribui grandemente para entreter este preconceito, que a observação e a experiência deveriam ter há muito tempo desarraigado.
Do livro: “Magnetismo Curador” (Cap. XVIII)
Autor: Alphonse Bue
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 criança

DA EXTREMA SENSIBILIDADE DAS CRIANÇAS  À AÇÃO DO MAGNETISMO E DE SEU PRONTO RESTABELECIMENTO

 

Todas as experiências feitas desde Mesmer, sobre as crianças provam que, por sua natureza não estar ainda contrariada pelos abusos da vida, a ação magnética é bem mais rápida e bem mais  salutar sobre elas que sobre os homens.

A filha primogênita da princesa M***, criança de dez a doze anos, disse Puységur (1811) estava em  convulsões violentas há várias horas; sua interessada mãe e a Sra. Ch... sua tia, chorando perto de seu leito, perdiam a esperança de conservá-la. Os pós e os remédios utilizados em casos semelhantes haviam sido infrutuosamente administrados; o mal resistia a energia de todos os medicamentos; ao menos foi o que me disseram as senhoras ao me solicitar que as seguissem a fim de  verificar se o magnetismo, do qual haviam ouvido louvar a eficácia, poderia produzir algum efeito feliz sobre sua pequena doente; atendi às suas súplicas.

Quando entrei na casa da Sra. M***, eu vi o quadro de todas as dores: a pequena Honorine, os olhos verdes e fixos, estava enrijecida e sem  movimento e seus pais,silenciosos em seu redor, pareciam apenas esperar pelo momento de receber seu último suspiro.

Sem lhes dirigir a palavra, sem mesmo lhes pedir um novo consentimento, eu tomei a pequena Honorine em meus braços com o travesseiro no qual ela descansava; eu me sentei e a coloquei assim sobre meus joelhos. Então, sem me ocupar com nada do que se passava ao meu redor, eu me concentrei  inteiramente tocando esta criança com o único propósito de produzir sobre ela o efeito que lhe seria mais salutar. Ao fim de alguns minutos, acreditei perceber o retorno da respiração. Eu coloquei uma mão sobre seu coração e senti fracos batimentos. Eu dizia a cada segundo, para mim mesmo, as observações consoladoras que eu fazia. Meu profundo recolhimento impôs um silêncio o qual, na dolorosa expectativa em que estávamos, ninguém tentou romper. De repente, ouviu-se o ruído tranquilizador de uma abundante evacuação.

Exprimi a alegria que senti e, sem descobrir ainda nem olhar a pequena, eu apenas continuei com mais energia o exercício de minha ação magnética; logo um repouso geral dos músculos e a cessação do estado convulsivo da criança foram os felizes resultados.

Em menos de meia-hora, enfim, eu tive a doce satisfação de devolver a criança aos braços de sua mãe, inteiramente salva do perigo que a ameaçava.

Na Rússia, na Prússia, na Baviera, os efeitos do magnetismo sobre as crianças têm sido pertinentes e admiráveis.

Vê-se frequentemente curas miraculosas entre as crianças, dizem o Sr. Brosse, médico russo e Muck, médico bávaro (1818). Eles não opõem nem dúvidas nem preconceitos à influência magnética.

As crianças são mais dependentes da vontade dos outros, mais suscetíveis, mãos irritáveis e a natureza mais ativa entre elas em todas as funções é mais disposta a se regularizar para restabelecer a saúde.

Uma criança de dez anos, indiferente a tudo e absolutamente idiota, foi trazida a casa do Sr. Wolfart, em Berlim. Ao fim de alguns dias, ele expressou o desejo de retornar ao tratamento quando a hora fixada se aproximava. Eu o vi, disse um desses senhores, quando entrava na casa do Sr. Wolfart, abrir passagem na multidão de doentes para se aproximar dele. Depois de um tratamento de alguns meses, as funções dos sentidos e as do espírito se desenvolveram  maravilhosamente.

Uma criança de quatro anos tinha sido curada de uma coxalgia pela aplicação de um cautério; mas como se havia várias vezes excitado o cautério com o pó epispástico, a criança sofria muito. As dores cessavam assim que eu a magnetizava.

À noite, a mãe tentou magnetizá-la para adormecê-la e consegui tão bem quanto eu. A criança lhe dizia: continue, mamãe, isto me faz bem.

Eu vi, acrescentou este médico, crianças fracas, pálidas, magras, tendo o ventre duro e inchado, em estado de atrofia enfim, e entre as quais o quadro era bem avançado, se restabelecer em pouco tempo pelo magnetismo; a digestão e a nutrição se operavam, os corpos engordavam, os músculos se fortificavam e o crescimento parado se desenvolvia perfeitamente.

Eu sempre notei que o magnetismo agia com mais prontidão, mais força e mais sucesso sobre as crianças.

Eu lembro de uma cura da qual fui testemunha e que me surpreendeu por sua rapidez; é a de uma menina de dois ou três anos. Esta criança parecia bem nutrida, havia engordado, mas não podia se apoiar sobre suas pernas. Quando ela ficava em pé, os joelhos dobravam, ela caía e começava a chorar. Os membros eram, contudo, bem feitos, somente os músculos pareciam frouxos e moles.

Na segunda vez que esta criança foi magnetizada, ela se pôs em pé e na terceira vez, caminhou muito bem.

Entre as doenças as quais já vi curar entre as crianças pelo magnetismo, eu posso citar as paralisias dos membros, as erisipelas, as doenças de pele, os catarros pulmonares obstinados e que faziam temer pela tísica  mucosa, os inchamentos das glândulas, diarréias, vômitos convulsivos, doenças dos olhos.

Os efeitos do magnetismo não são menos surpreendentes nas deformidades do tórax e de outros produzidos pelo raquitismo. Eu vi uma criança em que um desvio bastante considerável da espinha dorsal diminuiu de duas a três polegadas durante um tratamento de cerca de três meses.

Nas dores de cabeça, nas enxaquecas, nas hidrocefalias, na surdez, eu observei crises notáveis pelas secreções e escorrimentos nas orelhas, nos olhos, no nariz e mesmo pela salivação.

Na França, o magnetismo operou com o mesmo sucesso e com a mesma rapidez sobre as crianças.

Uma menina de dezoito meses, diz Deleuze (1825) tinha um terçol que lhe fazia mal. Seu pai a colocou sobre seus joelhos; ela a magnetizou colocando-lhe a mão sobre os olhos; a criança logo adormeceu. Uma hora depois ela se acordou e o terçol havia desaparecido.

A Sra. *** em Châlons-sur-Marne tinha um filho de seis anos cujos intestinos eram tão relaxados que ele se sujava todas as noites. Tinha-se empregado todos os meios imagináveis para remediar esta enfermidade; enfim, sua mãe tomou a tarefa de magnetizá-lo.

Na primeira vez o magnetismo produziu uma evacuação extraordinária; na segunda vez houve ainda um movimento, mas na terceira vez a criança foi curada.

Conheci uma jovem de doze anos cujas vértebras lombares formavam uma saliência considerável; um respeitável eclesiástico, com quem ela havia feito sua primeira comunhão, aconselhou sua mãe a magnetizá-la e se encarregou de dirigir o tratamento. Em quinze dias as vértebras retornaram a posição que elas deviam ter.

Conforme diz Bruno, como não admirar esta providência adorável que coloca o remédio ao lado do mal, põe entre as mãos de cada um dos membros de uma família os meios de curara ou de aliviar os males inevitáveis aos quais a humanidade está exposta.

Ó mães!! Escutem a natureza, cedam a este instinto que as levam a abraçar sua criança, a apertá-la docemente contra seu seio; levem sobre ela sua mão benfeitora; aplique-a por longo tempo em prece pelo doente sobre as principais vísceras do baixo ventre, sobre o estômago.

Procurem apenas nas preces o socorro que possa ajudá-las em sua ação. Rejeitem com horror estes venenos que, se não matam sua criança alterarão sensivelmente as partes ainda sensíveis de sua organização.

AUBIN GAUTHIER

TRADUÇÃO DE LIZARBE GOMES

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respostas

Ele é novidade, embora não seja. (Magnetismo)

Do que estou falando? Do Magnetismo. E onde ele é novidade, embora não seja? No meio

espírita.

Isso é deveras impressionante. Não por ser ou deixar de ser novidade, mas por não termos

tido olhos de ver o que Allan Kardec nos deixou.

O que hoje chamamos de passes ele chamava de ação magnética; a hoje denominada água

fluida ou fluidificada era por ele indicada como água magnetizada; passistas eram

magnetizadores enquanto a mediunidade curadora foi reduzida à ação de frágeis médiuns

passistas… E assim seguimos desnaturando e desconfigurando o que a base espírita tão

bem estabeleceu.

Alguns acham que tudo não passa de uma questão semântica, etimológica ou de

terminologia, o que, convenhamos, é tentar minimizar danos. Senão vejamos o que temos

hoje, em comparação ao que se verificava no tempo de Kardec, tomando por base apenas

um fator: o tempo (e vou utilizar apenas este como ponderação, embora existam outros e

alguns até com mais relevância ainda, mas que a eles me referirei noutros artigos):

Passe: um passe, ensina a maioria das Casas Espíritas, não precisa ser demorado, via de

regra chegando ao tempo máximo de 2 minutos; uma ação magnética real muito raramente

era inferior a 30 minutos;

Água fluidificada: a quase totalidade dos Centros Espíritas acredita que os Espíritos a

fluidifiquem, mas quando usam um passista nessa ocupação, no prazo de um ou dois

minutos eles são(?) capazes de fluidificar uma centena ou mais de vasilhames, não

importando a capacidade dos mesmos; para Kardec assim como para os Espíritos da

Codificação, quem magnetiza a água é o magnetizador (LM- Cap. 8, item,131: “O Espírito

atuante é o do magnetizador, quase sempre assistido por outro Espírito. Ele opera uma

transmutação por meio do fluido magnético”) e este costumava demorar em torno de 15

minutos num único vasilhame;

Passistas: acreditando que são apenas “canais” da Espiritualidade, eles não precisam

demandar tempo em suas ações, posto que os Espíritos fazem tudo (até porque é alegado

que não somos nós quem fazemos e sim eles); já os magnetizadores, conscientes de sua

participação ativa e concentrada nas atividades magnéticas, precisam de longa preparação

teórica e prática, além de ‘manipularem’ os fluidos por bastante tempo em cada sessão

magnética.

Médiuns passistas: além de Allan Kardec não ter criado esse neologismo, estes não

precisam de tempo para iniciarem os passes, enquanto os magnetizadores costumavam

demandar um tempo médio de 5 a 10 minutos só para estabelecer relação magnética com o

paciente para, só então, iniciarem a ação magnética propriamente dita.

 Além dessas ponderações, as dificuldades de se buscar base e dados na obra do mestre

lionês, tomando-se por referência os termos hoje em voga, torna o esforço quase

infrutífero, pois as informações não batem. E quando nos lembramos que ele tinha trinta

e cinco anos de experiência como magnetizador quando codificou o Espiritismo e,

portanto, sabia do que falava e sugeria, fica muito esquisito pensar que ele tivesse

esquecido de deixar lastro nesse caminho abençoado que é o do Magnetismo.

Mas mantenhamos a esperança; ainda há tempo de abrirmos os olhos e percebermos

mais claramente o que nossa curta visão tem-nos impedido de observar com mais

proveito.

Como anotou Michaelus, no primeiro capítulo de sua notável obra ‘Magnetismo

Espiritual’, publicada pela FEB: “Os homens opõem obstáculos ao descobrimento das

próprias verdades indispensáveis ao seu progresso e à sua felicidade”. Que tal andarmos

para frente?

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Sob o título “Cura de uma Fratura por Magnetização Espiritual”, Allan Kardec publicou em setembro de 1865, na Revista Espírita, uma matéria relatando um caso de cura espiritual de uma fratura sofrida no antebraço pela Sra. Maurel.

 

Vamos ao resumo do ocorrido, remetendo o leitor à Revista Espírita, a fim de que leia a história na íntegra.

No dia 26 de maio daquele ano a Sra. Maurel que era médium vidente e psicógrafa mecânica, caiu vindo a fraturar o antebraço direito com distenções no punho e cotovelo. É, a partir daí, alvo da ação dos Bons Espíritos, dentre eles o Dr. Demeure, que a curaram, através do magnetismo espiritual, de orientações, de fricções e manipulações do membro, em apenas nove dias, coisa verdadeiramente impressionante, mais ainda, pela completa soldadura do osso quebrado.

Desde o primeiro dia até o último que fora designado pelos Espíritos, a Sra. Maurel foi sendo atendida e cada vez que o médico espiritual mexia no seu braço, ela soltava gritos de dor como se estivesse sendo examinada por um médico encarnado.

Participou de todo o processo um grupo de amigos encarnados, solicitados pelos Espíritos, além de um magnetizador que colocava a médium em estado sonambúlico, através do qual ela percebia todos os movimentos dos Espíritos, relatando-os para os presentes.

No último dia do tratamento, estavam presentes trinta Espíritos que a felicitavam e lhe incentivavam ao bem. Ao término, a médium testou de todas as formas o seu membro, comprovando que realmente estava curada e em tempo recorde para a medicina humana.”

Destacamos do relato acima dois pontos dos quais iremos tratar: o modo de ação dos Espíritos e a rapidez da cura.

Um magnetizador agiria focando a sua atenção e dirigindo os seus fluidos para o ponto que quer atingir, atuando, através dos seus fluidos e das técnicas magnéticas, sobre o organismo que necessita de reparo. Segundo Kardec, o Espírito age da mesma forma que o magnetizador humano: “sua ação fluídica se transmite de perispírito a perispírito, e deste para o corpo material. O estado de sonambulismo facilita consideravelmente essa ação, em consequência do desligamento do perispírito, que se identifica melhor com a natureza fluídica do Espírito, e sofre então a influência espiritual elevada à sua maior força”.

No caso citado, os Espíritos não dispensaram o auxílio das energias humanas visto que eles mesmos solicitaram a presença de um grupo de encarnados que pudessem formar uma espécie de corrente magnética, a qual forneceria material fluídico para a ação curativa. Estes fluidos doados pelos presentes encarnados seriam utilizados pelos Espíritos que, manipulando-os ou misturando-os aos seus, lhes propiciariam as necessárias modificações sugeridas pelo caso do momento.

Os Espíritos utilizaram ainda os recursos de um magnetizador que, além de levar a paciente ao estado de sonambulismo, o qual facilitou a ação espiritual, como vimos acima, estando “sua mão direita, apoiada sobre a espádua da sonâmbula, contribuía com sua parte no fenômeno, pela emissão dos fluidos necessários à sua realização”.

Poderiam os Espíritos agir sozinhos, sem a participação magnética de um encarnado? Poderiam, sim. Mas isto é a exceção à regra, visto que os fluidos animalizados são mais compatíveis com as necessidades de um órgão físico.

Falta-nos analisar a questão da rapidez da cura. Se o tratamento fosse executado por um magnetizador, ele teria sido, provavelmente, mais lento. A capacidade de influenciar o campo vital de alguém, os fluidos vitais a possuem em escala muito menor que os fluidos dos Espíritos bons. A sutilidade dos fluidos destes últimos lhes dá um poder de transformação e de penetração capaz de operar curas de forma imediata ou em prazos bastante curtos, de acordo com a sua elevação.

Já os nossos fluidos densos operam com lentidão, necessitando de um verdadeiro tratamento, mais ou menos longo, metódico e continuado.

 

O fluido humano sendo menos ativo, exige uma magnetização prolongada e um verdadeiro tratamento, às vezes, muito longo... O fluido espiritual, mais poderoso em razão de sua pureza, produz efeitos mais rápidos e, frequentemente, quase instantâneos”, escreveu Kardec em outro artigo da mesma Revista.

Existe então, na realidade, esta gradação nos efeitos de acordo com o potencial fluídico, a origem do fluido e a sua maior ou menor qualidade. Esta última depende diretamente do nosso estado de saúde física e emocional, além do nosso padrão moral, colocando-se em primeira linha a humildade e o desinteresse.

 

Texto presente no 'Jornal Vórtice' – Novembro/2008.

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TEORIAS E PROCEDIMENTO DO MAGNETISMO

 

Autor: Hector Durville

Teorias e procedimento do magnetismo

 

Iniciaremos agora uma série de resenhas do livro de Hector Durville: Teorias e Procedimentos do Magnetismo.   É um livro de leitura agradável, com valor histórico inestimável. Trata-se de um compêndio feito médico psiquiatra considerado como o continuador do Barão du Potet que, entre suas grandes realizações, fundou a Universidade de Estudos Avançados, cuja faculdade de Ciência Espírita era dirigida por Gabriel Dellane.

 

Ação da mão

 

O texto de Durville começa com um ponto importante, mas, em minha opinião, não esclarecido de forma satisfatória: o poder das mãos no magnetismo animal. Obviamente essa carência de explicação mais profunda não é exclusividade do autor. O poder das mãos é sempre dado como certo via narração histórica, empiria, não fundamentado em teoria explicativa.

Durville faz as seguintes afirmações: 

 

1) A mão é [...] o orgão de precisão por excelência.

2) ...o principal órgão que nos serve para levar aos nossos semelhantes a força magnética...

3) Desde a imposição de mãos, utilizada pelos egípcios, pelo Cristo e pelos apóstolos, para realizar as curas ditas miraculosas que a tradição nos fez conhecer, até os toques e as fricções dos tocadores e curadores profanos, sempre é a mão que age. Alguns autores têm-lhe atribuído propriedades especiais, medicinais entre outras.”

 

Durville cita os autores: Homero diz que existem homens com “mão medicinal”; Plínio descreve homens que “tinham o dom de curar, pelo tato, as mordidas das serpentes e de fazer sair todo o veneno do corpo, nele aplicando somente a mão” (p. 21-23).

 

Definição do Magnetismo; etimologia da palavra

 

Durville define o magnetismo da seguinte forma: “a ação recíproca que os corpos exercem ou podem exercer uns sobre os outros” (p. 23).

Vale a pena lermos o trecho de Durville sobre a etimologia dos termos relacionados à ciência magnética:

 

A palavra imã (em francês aimant) parece ter analogia com a palavra amar (em francês aimer), por causa da relação que existe entre o poder de atração física inerente da primeira (imã) e a ideia de simpatia ou atração moral ligada à segunda (amor). É isso, sem dúvida, o que pensam os chineses que designam o imã sob o nome de tsu-chy, quer dizer, o que ama.

Os gregos, que descobriram a pedra de imã nas cercanias da cidade de Magnésia, na Ásia  Menor,  deram-lhe o nome do lugar de origem magnes que em latim tornou-se magneticus. Quase todos os etimologistas estão de acordo em relacionar a raiz magnes à origem da nossa palavra magnetismo. [...]

Sempre se observou no corpo humano certas propriedades que estão em analogia com as do imã; e, no século XVI, deu-se, igualmente, ao conjunto dessas propriedades, o nome demagnetismo. É o magnetismo animal de Mesmer, o magnetismo vital ou o magnetismo humano dos magnetizadores contemporâneos (p. 24).

 

Para o autor o imã possui duas formas de magnetismo que podem ser estudadas separadamente. Uma é o magnetismo da Física, o outro seria “um agente fisiológico, vital, tendo as maiores analogias com o magnetismo humano”. Existente em todos os corpos inanimados, o magnetismo “é gerado pela eletricidade, calor, movimento, atrito, som e decomposições químicas”. Ao emanar de um corpo humano, o magnetismo “participa até das qualidades físicas e morais dos indivíduos” (p. 25).

Durville propõe que a medicina magnética seja a medicina da família, isto é,

 

a medicina do pobre como a do rico; cada um pode empregá-la, sem nenhuma despesa, em si mesmo e nos seus, visto que as forças da Natureza pertencem a todos. As regras da sua aplicação são simples e estão ao alcance de todas as inteligências. Com alguns conhecimentos fáceis de adquirir, toda pessoa cuja saúde está mais ou menos equilibrada pode curar ou aliviar o sofrimento do seu semelhante, sem recorrer aos venenos da medicina clássica que tantas vezes fazem mal, mesmo curando. Na grande maioria dos casos, o homem pode ser o médico de sua mulher, e esta a médica de seu marido e de seus filhos. (pp. 26-27)

 

Toda pessoa pode magnetizar

 

Durville diz que alguns iniciantes podem curar melhor do que alguns magnetizadores profissionais, dependendo do caso. Também afirma que alguns magnetizadores podem enfraquecer o doente ao invés de curá-lo, citando um estranhíssimo caso de um homem que acabava por matar suas esposas sem perceber, através de seu fluido pernicioso (p.28).

Outra interessante afirmação do autor é sobre os sexos e o magnetismo:

o homem cura mais facilmente a mulher, e esta cura melhor um homem que uma mulher, por que a atração que se exerce de um sexo ao outro é maior, mais viva, mais natural. É em virtude dessa lei da Natureza que o homem pode e deve ser o verdadeiro médico de sua mulher, e esta a melhor médica de seu marido, com a condição, bem entendida, de que eles sejam unidos por uma profunda simpatia.

 

Quais são aqueles que magnetizam melhor?

 

Para o autor, responder essa questão envolve a observação do trabalho de cada magnetizador. O poder de curar é uma espécie de dom que se manifesta de forma desigual entre as pessoas.

 

Encerrando o capítulo, ele escreve sobre sua própria experiência inicial com o magnetismo, quando teria descoberto sua vocação e, após estudos demorados, teria elaborado sua teoria e estabelecido uma clientela.